quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

EM TEMPO QUARESMAL

FORMAÇÃO
EM TEMPO QUARESMAL a Igreja faz prescrever algumas observações acerca do decorrer destes 40 dias.
1. Durante este tempo, é proibido ornar o altar com flores; o toque de instrumentos musicais só é permitido para sustentar o canto. Excetuam-se o domingo Laetare (4º domingo da Quaresma), bem como as solenidades e festas.
2. A cor do tempo é roxa. No Domingo Laetare, pode-se usar cor-de-rosa (IGMR n.308f). Vale ressaltar que a cor da toalha do altar permanece branca, tendo em vista que nenhuma prescrição litúrgica é dada quanto a mudança da mesma.
3. Em todas as Missas e Ofícios (onde se encontrar), omite-se o Aleluia.
4. Nas solenidades e festas somente, como ainda em celebrações especiais diz-se o Te Deum e o Glória, mas jamais o "Aleluia", como temos podido observar em alguns locais, que por acharem-se num Ofício festivo creem que podem entoná-lo.
5. As memórias que ocorrem neste tempo podem ser celebradas como facultativas (cf. Anotações Gerais 2.4). Não são permitidas missas votivas, sejam elas quais forem, mesmo para o Padroeiro local.
6. Na celebração do Matrimônio, seja dentro ou fora da Missa, deve-se sempre dar a bênção nupcial; mas admoestem-se os esposos que se abstenham de demasiada pompa. Conviria, ainda, que por motivo de sobriedade, as celebrações matrimoniais não fossem marcadas para este tempo. Contudo, essa decisão compete ao Ordinário local.
7. Toma-se, a partir de hoje, o volume II da Liturgia das Horas.
Com fonte do Diretório Litúrgico e acréscimo nosso.
© Créditos da imagem reservados.
Sua Santidade o Papa Francisco impõe a cinza a um prelado durante a Celebração da Quarta-feira de Cinzas de 2013, na Basílica de Santa Sabina no monte Aventino
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As cinzas desta Quarta-feira...

Hoje a Igreja, Povo de Deus do Novo Testamento, inicia seu caminho para a maior de todas as festas cristãs, a Santa Páscoa. O rito das cinzas marca o início deste caminho.
Qual o seu significado?
Recebermos as cinzas numa Missa penitencial, cujas leituras nos recordam que somos pecadores e necessitamos da paciência misericordiosa e do perdão do Senhor; as orações da sagrada Liturgia de hoje suplicam ao Senhor que acolha nosso jejum e abstinência como gesto de boa vontade e humilde reconhecimento de nossa fraqueza.
Assim, as cinzas têm um caráter penitencial. Recebemo-las com os seguintes sentimentos:
(1) Reconhecemos que, apesar de cristãos renovados em Cristo pelo Batismo, temos em nós ainda a experiência do pecado, das infidelidades grandes e pequenas do dia-a-dia. Reconhecemos que somos convertidos e necessitados de contínua conversão. Reconhecemos também que temos nossos vícios, isto é, nossas más tendências que precisam ser continuamente combatidas.
(2) Por isso mesmo, recebemos as cinzas, que na Escritura têm o sentido de humilhação, dor, reconhecimento da própria miséria, luto. Com isto queremos dizer que reconhecemos nosso pecado e desejamos entrar no caminho quaresmal de combate espiritual, que nos conduzirá a uma renovada vivência do nosso compromisso de batizados. Utilizando as armas do combate espiritual, a oração, a penitência e a esmola, poderemos abrir o coração para o Pai, como Jesus, cheio do Espírito Santo. Então, celebraremos na verdade a Santa Páscoa e renovaremos na sagrada Vigília Pascal as promessas do nosso Batismo.
Portanto, com um espírito contrito, humilhado e cheio de confiança no Senhor, recebamos as cinzas, lembrando-nos das duas exortações que a Igreja faz:
“Lembra-te que és pó e ao pó hás de tornar!” Ou seja: a vida não é tua; tu vieste do pó, de lá foste retirado por Deus. Tu deverás viver diante de Deus e um dia a Ele prestarás conta da tua vida! Vive na amizade obediente para com o Senhor teu Deus para que tua vida não termine no pó, no vazio do nada!
E a segunda exortação: “Convertei-vos e crede no Evangelho!” Em outras palavras: muda de vida! Crê de verdade nesta Boa Notícia: em Jesus, Deus tira-te do pó para te dar a glória de uma vida nova neste mundo e por toda a eternidade!
(Dom Henrique Soares da Costa - Bispo Titular da Diocese de Palmares - PE)